Tuesday, December 20, 2011

... and so this is Xmas

De repente
sinto-me aquele menininho
que não acreditava em papai noel
mas esperava presentes...

Wednesday, December 07, 2011

mostra a mão

aberta

levemente suada

tremendo

agora, de repente, fechada

como um soco

movimento sutil

aberta de novo

nada

amor

Saturday, November 05, 2011

a coluna de ferro
de erro
muitos erros
passado no presente
que se soma nesta coluna
pedaços de restos
de coisas mortas (vivas?)
enferrujadas e formam
beleza!

continuo
triste
cansado
continuo

com flores atraem-se
borboletas no jardim

com restos de ferro...

Thursday, November 03, 2011

inventei este mundo
esta cor eu criei
afinei esta voz
a tons inimagináveis
sonhei sonhos estranhos
escritas cuneiformes
acordei cedo
muito cedo

Wednesday, October 26, 2011

hoje
faz uma manhã
como todas as outras

estamos todos iguais
ao que sempre fomos

céu acima o mesmo sol
milhões de anos?

mostro a mesma mão
que vejo há tanto tempo

mesmos olhos no espelho

porque será
a palma da mão e os olhos
não envelhecem

Saturday, October 15, 2011

nunca mais ou sempre

grita o corvo
"nunca mais!"

sopra um vento frio
cai chuva fina
mas a luz do sol
deixa prever
a lua da noite

posso sofrer
perder tudo

ganhei a VIDA

Friday, October 07, 2011

alegria

alegria

que se confunde

gozo

joy

jouissance

na porta do nada

no limiar de tudo


nada

Saturday, September 24, 2011

no silêncio da madrugada
uma borboleta soluça
em meu ombro esquerdo
quase imperceptivelmente

ao virar a cabeça
percebo trêmulo movimento
de sua asas amarelas
e de suas tênues antenas
brancas em movimento

pode morrer qualquer momento
tamanha sua fragilidade
não sei o que fazer
a não ser lembrar
do ar limpo e transparente
cheio de cheiros e sons
do boulevard saintgermain
na tarde fresca de primavera

quando me vêm ao mesmotempo
vontades de sorrir e chorar

Friday, September 16, 2011

estou voltando a ser

o que nunca fui

Thursday, September 08, 2011

sol é luz
luz é som
calor que volta
mar azul

vale a pena?

Friday, September 02, 2011

eu conquistei essa dor

ostento-a com força

rolo pelo chão

com vontade de chorar

esta voz que escuto não é minha

suporto-a porque assim determina

meu desejo onipotente

alimento minha dor

com absoluta coragem


não posso desistir






Wednesday, August 31, 2011

a sua mente, mente?

a minha mente.

processa o real e o imaginário,

miatura tudo,

rejeita o simbólico,

estatela-se no chão, sem ruído.

a mente mente,

o corpo não...

Thursday, August 04, 2011

isto posto
comemora-se uma data qualquer
que não existe
lua nova de leão, por exemplo

pretextos para mudança
explicações

voltas de um parafuso mental
rosca sem fim

Tuesday, August 02, 2011

não faço
não faço porque não sei
e se soubesse
o que saberia?

percebo pouco
vivo
intensamente vivo
como se fosse sábado
de um domingo nunca

braços atados nas costas
ando livre pela rua
boule miche

buscar sentido na vida
é uma forma de insanidade

Tuesday, July 19, 2011

a cabeça que mexe
de um lado para outro
voz, a mesma

a luz que reflete no mar
invade a casa sem pudor
ofusca os olhos cansados

vivemos de lembranças
vivemos de esquecimentos
vivemos de desejos e neuroses

a cabeça não dói mais
a música que soa ao longe
é a mesma da infância

pouso autorizado

Thursday, July 14, 2011


o sol invade a casa
nesta manhã de inverno
eu canto
procuto desligar os aparelhos
e tentar ouvir os sons naturais
sentir o sol
a luz e o som

é difícil, assim,
descobrir a natureza

Friday, July 08, 2011

medir as palavras
medir os passos
mesmo sem direção
ou em direção à luz
tentar sempre
apesar do cansaço
da vontade de chorar
a intenção de sofrer
depois de tudo
morrer

Saturday, July 02, 2011

declaração

Hoje eu sei
que tudo eh poesia.
Que tua mao no meu peito eh poesia,
que meu sonho eh poesia,
que meu pai, minha mae,
meus filhos e meus netos,
assim como a luz da manha,
sao poesia.

O barulho da rua,
os pãssaros, a musica sao poesia,
assim como eelis, jobim, sinatra
sao poesia.

Essa poesia que me forma e me constroi,
que faz da minha vida poesia.
Que faz com que a morte serah poesia,
assim como norte e sorte.

Tudo eh poesia.

Thursday, June 23, 2011

a cada dia que passa
uma nova descoberta
um novo sonho
uma nova voz

way out?

Tuesday, June 21, 2011

paris & woody allen

Eu não quero fugir
de mim mesmo.
Quero fugir comigo
para Paris.

Quero voltar
para a festa perdida.
a juventude esquecida.

Ao som das canções de Cole Porter.

Quero ser esquecido... Não.
Quero me esquecer.

Saturday, June 11, 2011

sideral

meu céu
fica perto
de minha mão
toco-o tods os dias
em vôos longos
percorro suas nuvens
dia desses
voarei mais longe
e para sempre

Tuesday, May 31, 2011

vida

teu corpo
teu rosto
tua veste
coração

mão que ergue
movimento
luz

separam-se
unem-se
misturam-se

à noite
o silêncio revela
um novo sonho

vida

Monday, May 30, 2011

aventura humana

pequei na internet que certo cínico
disse certa vez que o homem é como o pássaro,
que voa de lugar nenhum a parte alguma,
mas seu vôo é grandioso.

meio a meio

meio é paris
meio é nada

calado e cansado
como se fosse sábado

converte-se e ora
tarde da noite
frio e calor

triste e alegre
alegre e triste

meio a meio

Friday, April 15, 2011

uma voz moderna
psicanálises desta vida
lembrancas doloridas
para uma realidade atual
de simples cansaço

i'm not young any more,
am I?

Tuesday, April 12, 2011

não é possível
viável não é
cortar as mãos os pés
para que a dor não possa ser
tentativas
supostas tentativas
na rua molhada que sobe
não é mais possível
foram mortes demais
dores demais
restar encolher-se ao canto
na quente madrugada
a cada noite de insônia
cuja manhã tarda
cada vez mais

Monday, April 11, 2011

monday, monday

todos os dias parecem segunda-feira
quando você carrega dentro de si
uma segunda-feira eterna

Monday, April 04, 2011

perseu

carrego a cabeça
que petrifica
sobre os ombros


o olhar que mata
a língua que fere

na rua quem me olha
transforma-se com dor
sorrio com ternura
não adianta


sofro e sofrem
assistem televisão
operam computadores
descobrem a verdade


enterrei a cabeça
ao entardecer sob a a chuva
mas o sol secou a terra
a cabeça aparece
e continua matando
mesmo semi-coberta
de folhas de papel
garatujas de poemas


não posso evita a dor
dos outros e a minha
involuntariamente petrifico

não há psicanálise que dê jeito...

Thursday, March 31, 2011

dez cartas

pensar
como maneira de ser
como ser
desta forma não ser
exercer
uma vida ou duas
caminhar para a morte
sorte

Sunday, March 20, 2011

momento

desculpem-me.
mas é dor e cansaço
de novo

insônia, claro
tudo acrescido de dor de dente
bons sonhos
dores apagadas e pagas
luz
corpo dolorido e tudo

assim a gente acorda no meio da noite e procura uma solução que não existe

Wednesday, February 23, 2011

Poesia, vida, tudo...

Deambulo,
caminho sempre.
Mesmo deitado, em sonhos,
caminho.
Caminho pela rua,
pelos versos de Budelaire,
pela vida,
poesia caminhar.

Sempre...

Caminho para você,
para a frente,
para o alto
caminho em direção a nada
e tudo.

Cara a cara
com o céu,çom a rua,
com o nada.

Com ou sem volta,'
tanto faz.
Caminho...

Friday, January 28, 2011

Both ways

Cabem-me duas folhas,
a primeira e a última.