Friday, October 27, 2006

saco 2

Não adianta mais.
Encheu o saco.
Não adianta insistir.
Acabou.
O tempo passou, Bandeira passou,
Quintana encheu.
Não dá mais.
Não quero mais,
não penso mais,
acima de tudo,
não trabalho mais.
daqui pra frente,
merda para todo mundo.

As paisagens se repetem
nas mesmas janelas cansadas
de trens lentos de vozes roucas
que se enrolam pelas planícies e
em torno de rios preguiçosos
e é tudo muito feio, muito chato,
como Raul, eu acho tudo isso um saco.
O mundo é feio.
Com raras exceções
as pessoas são feias,
eu sou feio,
você, que me lê,
provavelmente é feio ou feia, ou ambos...

Chato e agressivo é a mãe!

Friday, October 06, 2006

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É possível que seja hoje,
uma sexta feira,
o dia do perdão
ou do juízo final.

Shabat Shalom.

Voltas em torno da mesa,
música de sonho,
de luz, e vozes e tudo.
é possível que se revele
neste moento
o novo sonho da sexta-feira.

A paz do sábado.

Que já começou,
a tarde caiu, o sol se foi
e a lua chegou devagar,
cheia de brilhos e nuvens.
Hoje já é amanhã.

A paz de ser e de não ser.

Suave brisa, movimentos
dos barcos, das folhas,
vozes distantes,
esperanças,
acima de tudo,
esperanças.

Shabat shalom.

Levanta,
põe a mão sobre o ombro
da sombra que ainda
não revelou-se totalmente.
Respira fundo.

Espera até amanhã.