Monday, April 04, 2011

perseu

carrego a cabeça
que petrifica
sobre os ombros


o olhar que mata
a língua que fere

na rua quem me olha
transforma-se com dor
sorrio com ternura
não adianta


sofro e sofrem
assistem televisão
operam computadores
descobrem a verdade


enterrei a cabeça
ao entardecer sob a a chuva
mas o sol secou a terra
a cabeça aparece
e continua matando
mesmo semi-coberta
de folhas de papel
garatujas de poemas


não posso evita a dor
dos outros e a minha
involuntariamente petrifico

não há psicanálise que dê jeito...

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