Monday, September 11, 2006

capítulo das negativas

Não fui o grande poeta brasileiro
da geração de sessenta,
no máximo fiquei entre os trinta
de São Paulo...
Não fiquei rico,
não tenho automóvel.


Meu patrimônio resume-se a um computador,
livros, muitos livros, sonhos.

Não sou famoso,
porque moro numa cidade pequena,
as pessoas me reconhcem na rua,
se não, nem isso.

E eu tinha tudo para ser famoso!

Não fui o grande intelecutal
da minha geração,
aliás, geração perdida.

Não tenho casa,
nem casa na praia,
nem casa no campo.

Diferentemente de Brás Cubas, porém,
tive filhos.

Transmiti a eles e seus filhos
o legado do nosso sonho.

Monday, September 04, 2006

je suis comme je suis

Há muitos anos, meu amigo e poeta Carlos Felipe Moisés, disse que eu era um poeta menor porque me espelhava num poeta menor, Jacques Prévert... Bobão, o Carlos Fila, como o chamava o Piva. Tudo isso porque este título é o começo de um poema de Prévert... Ah! o gosto pela reticência... A ingenuidade teimosa. A preguiça de ficar recriando os poemas, que já vêm prontos, puxa! Agora então que o mundo descobriu que Quintana é o maior, nem se fala mais em apuro formal, coisa boba. Com raras exceções, acho João Cabral tão chato!

Eu sou assim, confuso e assistemático,
cansado o tempo todo, correndo,
preguiçoso.

E ninguém tem nada a ver com isso.

Combinado?