Thursday, June 29, 2006

who knows?

Quem sabe por que estou tão triste?
Quem faz as perguntas que não respondo?
Qume se esconde sob os tapetes das salas?
Quem chora, em silêncio?
Quem mente, quem diz a verdade
e foge correndo, olhando para trás?
Quem sou eu?
Quem é você?

ode contínua

Escrevo.
Continuamente.
Todos os dias.
Escrevo como quem morre.
Como quem chora.
Como quem goza.
Como quem ama.
Como quem sorri o tempo todo,
bobo.
Escrevo. de tudo e de todos. De sempre.
Porque escrevo, escrevo,
continuamente,
apolo e dionísio. Luz e sombra.
Cada poema é uma lágrima,
um sorriso,
um sonho de amor, continuamente
escrevo.
O tempo todo.
Dia e noite.
Só assim posso suportar
esta imensa,
continua,
pesada,
minha
vontade de escrever.
Por isso, escrevo.

Friday, June 23, 2006

b as in bondage

Não consigo mais suportar
esta servidão, escravo
de mim mesmo, solidão.
Senzala escura, tédio,
vontade de gritar, luz
no fim do túnel, servidão.
Um horizonte estrangeiro,
uma língua estranha,
vozes do oriente, vermelho
púrpura, cor e voz zen,
silêncio zen, amarras.
Este sorriso permanente,
esta cor, permanente,
esta mesma poesia, há séculos
presa no peito, o grito.
Sabe, de vez em quando,
cansa.

Wednesday, June 21, 2006

monthy phyton

I'm not dead yet.
Ainda tenho espasmos do lado esquerdo,
leves, espaçados, silenciosos.
Ainda acordo cheio de suores
no meio da noite, sem sono,
esperando... Godot, talvez.

I'm not dead yet.
Um rosto estranho me espreita
atrás de todas as portas,
escondido por véus multicores
que ainda não são a treva,
ainda não morri.

I'm not dead yet.
Tenho fome, vontade de chorar
e desejo sexual. Quando chove
uso guarda-chuva,
mortos não falam.


Amanhã uma nova luz
procurará por mim,
ainda não em vão...

Friday, June 16, 2006

thomas again

Thomas, again.
Let's go dance,
round the table,
round the floor.

Sounds of violins,
murmurs of water,
rain through the night,
all day long, Thomas,
again, and again,
all through the day,
and all night long.

Be good, feel good,
good night, Thommy,
my dear...

friends

Play ball in the park,
look around, in silence,
walk down Portobello road,
in the heat of a summer
that will never end,
read poetry.

Miss you, be well...

Wednesday, June 14, 2006

back in town

Não mudou nada.

As ruas continuam cheias de gente vazia,
o movimento dos barcos continua lento
no horizonte cristalino, azul,
não chove.