Wednesday, April 12, 2006

A QUEM INTERESSAR POSSA - (um poema diferente)

A esta altura posso chegar a algumas conclusões definitivas em minha vida,
fruto da terapia, do trabalho zen e da poesia.
Tenho hoje absoluta consciência da minha genialidade.
Tenho uma inteligência superior,
um entendimento superior
e um conhecimento superior.
Sei também que essa genialidade não tem nenhum sentido prático
ou de consumo externo no mundo em que vivo.
É uma mercadoria de consumo interno,
que me faz profundamente feliz e rico
e não confere nenhuma honraria, orgulho ou vaidade.
Não implica em nenhum desejo de reconhecimento ou recompensa.
É esta inteligência também que me faz feliz,
capaz de suportar o sofrimento que, segundo o Buda, é inevitável.
Dou-me hoje ao luxo de relacionar-me amistosamente apenas com quem gosto.
Não preciso e não quero conviver e, principalmente confraternizar, com quem não aprecio,
com quem não tenha afinidade espiritual, intelectual ou afetiva.
Principalmente não desejo proximidade daqueles que não admiram e praticam a ética,
o amor ao saber e à amizade.
A prática, o conhecimento e o amor à arte consituem-se hoje em meu propósito de vida mais prático e objetivo,
a atividade de ensino e orientação a outros e a poesia minhas tarefas mais nobres e agradáveis, às quais me dedico e pretendo dedicar cada dia mais.
Parafraseando Pessoa como Alberto Caeiro,
sou um poeta da natureza.
Sou um intérprete e cantor do mundo.

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